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25 de Abril de 2024

O processo antidemocrático no debate democrático

Além do “Argumentum ad hominem”

Publicado por Rogério Silva
há 3 anos

O debate ou apenas um simples bate-papo no campo das ideias muitas vezes é intenso, principalmente quando se tem bons argumentos; saudáveis e inteligentes, ambos. Na Grécia Antiga, estes debates eram realmente de causar inveja a qualquer pseudofilósofo da atualidade, pois seu nível era de construir e ou descontruir conceitos, mas não valores e eram baseados exclusivamente no conhecimento, em conceitos e retóricas que fazem jus ao conceito de filosofia.

Mas fato é que, quando estes bons argumentos estão ausentes, por quaisquer que sejam os motivos, o que prevalece é a intolerância. Neste sentido, ou seja, em consequência disto, muitas vezes alguns perfis são excluídos, bloqueados, quando não são atacados por “Argumentum ad hominem”, os quais muitos gostam de usar, tentando desqualificar o interlocutor ou debatedor; pois é, no campo das ideias, ou se tem bons argumentos ou se é atropelado por eles!

É justamente neste contexto, que surgem os argumentos conhecidos como: “Argumentum ad hominem”, que não passam de falácias descabidas, isto para quem tem bom senso, pois para quem não tem é algo natural, normal, justamente por fazer parte de sua essência, de seu caráter, pois é mais fácil atacar quem argumenta que atacar os argumentos, pois estes faz que, quem precise confrontar, tenha que pensar, raciocinar e isto não parece ser para os tolos, mas para sábios! Desqualificar o interlocutor é o principal objetivo de quem não tem argumentos saudáveis e inteligentes; este tipo de argumento ininteligível, foi condenado desde a “Antiguidade Clássica” justamente por não ser democrático, por ser agressivo e o intuito não é debater, mas desqualificar, para se impor uma ideia, uma ideologia.

Ainda neste contexto, muitos usam de clichês que na verdade se tornaram verdadeiros jargões que são não apenas artificiais, mas patológico e de natureza afásica, seja, por ignorância a respeito de tudo ou que transpassam as questões cognitivas. Na verdade muitos chegam a argumentar, isto para fazer valer seus argumentos, que devemos ter a “mente aberta”, a “pensar fora da caixa”, mas muitos destes, são justamente os que têm a mente mais fechada, mas não todos, é claro, portanto, das duas, “três”; ou eles não têm argumentos para debater ou refutar outro argumento ou são intolerantes ou ainda, são mesmo totalmente desprovidos de inteligência, infelizmente é o que parece. Bom, com todo o respeito a quem está lendo meu texto agora, não estou aqui pretendendo ser agressivo com ninguém, mas sim crítico. O fato de você não querer debater algum assunto com alguém é direito seu e ninguém não tem nada a ver com isto! Mas o que eu acho estranho é quando exatamente quem defende que devemos “pensar fora da caixa” e se ter a “mente aberta” é quem procede desta forma, tenta desqualificar, bloqueia, etc., justamente por isto: “das duas, ‘três’”...

Bom! Ter a “mente aberta” ou “pensar fora da caixa”, não significa dizer que tenhamos que aceitar tudo, mas realmente analisarmos com outros olhos a situação ou argumento e daí sim, concordar ou discordar. O problema nisto é que está arraigado no imaginário popular, que quem cede e ou muda sua forma de pensar é fraco, não tem bons argumentos ou, é inconstante; um “Maria vai com as outras”. Bom, o “Maria vai com as outras” realmente não tem argumentos saudáveis, sólidos e coerentes ou simplesmente que façam algum sentido, mas o fato de alguém mudar seus argumentos por ter ouvido outros que o fez mudar, não significa dizer que ele é menos inteligente, fraco e ou um “Maria vai com as outras”, mas sim, o faz coerente e inteligente por saber a hora de mudar, por se convencer disto e podem ter certeza, já passei por isto, tive que abrir mão de meus argumentos, por ter sido convencido de que os meus, não eram os adequados a determinada situação!

Bom, neste sentido, Lakatos e Marconi definem muito bem esta proposição em sua “Metodologia do Trabalho Científico”. Consta, em sua página 19, a seguinte definição ao dispor sobre o “Espírito Crítico”, nos diz que implica avaliação de um texto, o julgamento, a comparação do mesmo e, consequentemente a aprovação ou não, do referido texto. Este conceito não é apenas defendido por Eva Maria Lakatos e Marina Andrade Marconi, existem outros especialistas que também usam esta mesma definição, pois não há outra forma de enxergar esta proposição!

Eu gosto sempre que oportuno, dizer que:

“No campo das ideologias o ideal são as ideias, e isto faz parte do ideário. E da mesma forma que as ideias movem o mundo, as perguntas forjam as ideias”. E esta última, faz parte de uma máxima popular.

Bom amados, é com esta reflexão que anuncio o mais novo artigo no site “A Práxis Jurídica”:

Justiça Conceito e Definição – Parte IV

O duelo entre Nietzsche e Darwin

https://apraxisdalei.wordpress.com/2020/10/31/justiça-conceitoedefinicao-parte-iv/

Um abraço amados e fiquem com “DEUS”...

Rogério Silva

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